No âmbito das UC's Modelos de
Educação Distância e Processos Pedagógicos em eLearning, no Mestrado em Pedagogia do eLearning da Universidade Aberta, foi-nos sugerido que
participássemos num MOOC (Massive Open Online Course) sobre Open Learning Design.
Previamente tinha-nos sido
solicitado que investigássemos sobre os MOOC’s
para nos inteirarmos do conceito, momento em que obtivemos uma visão geral do
que era, como funcionava, quais os objetivos, etc., tendo despertado alguma
curiosidade, pelo menos, da minha parte.
Ao passarmos à fase da efectiva participação
no OLDS MOOC, passei por várias etapas:
1ª etapa: Entusiamo e curiosidade – dias antes do
curso começar tivemos que nos inscrever e assegurar o registo nos vários canais
de comunicação por onde o curso iria passar: Google Groups, site do MOOC, Cloudworks, Twitter. Aqui
a curiosidade e entusiasmo eram elevados, pois iríamos ter oportunidade de
interagir com pessoas de todo o mundo, para além de alguns dos maiores
especialistas em E-learning. A oportunidade
era única, mas intimidadora.
Nos primeiros dias de frequência
do curso, o entusiamos e a curiosidade levaram-me a querer acompanhar tudo de
perto e passava horas sem conta a ler posts,
alguns bem extensos, ou a ver os links
postados para informação sobre tudo o que era discutido. Era importante não
deixar atrasar trabalho, as tarefas propostas não eram complicadas. Apesar de não
achar o Cloudworks uma plataforma
muito intuitiva para trabalhar, após algum tempo dedicado à sua exploração, lá
consegui perceber razoavelmente como funcionava e consegui cumprir com o que
era solicitado.
Quando nos foi solicitado para formar
equipas e escolher ou iniciar um círculo de estudos, não parecia muito difícil
mas, na verdade, a quantidade de participantes e, consequentemente, de
interesses divergentes em jogo, veio a tornar-se uma dificuldade relevante para
uma iniciante. Eu já tinha uma ideia definida do que queria trabalhar e parecia
não encontrar ninguém com o mesmo interesse. Também não achei que fizesse muito
sentido juntar-me aos meus colegas do mestrado, afinal o objetivo era
estabelecer uma rede de contactos novos e ganhar com isso novas perspectivas vindas
de outros contextos culturais. Apesar disso, considerei importante ir
comentando os seus posts no Cloudworks e fi-lo, talvez menos vezes
do que devia, mas o ritmo era tão intenso que fui deixando isso para trás. As
pessoas pareciam já se conhecer, pelo menos de outras participações em MOOC’s e isso tornava mais fácil a sua
associação. Embora tenha estabelecido alguns contactos, os mesmos não tiveram
grande seguimento. Sentia-me uma completa outsider:
afinal quem era eu ao pé destas pessoas que pareciam ter uma experiência de
longos anos em e-Learning? Apesar de
experiência profissional longa como professora, sou só uma estudante a
iniciar-me na área do e-Learning…
A certa altura, a experiência
começou a obter contornos que me levaram à segunda etapa:
2ª etapa: Pânico! – Que contributo posso eu dar
neste meio? Como vou conseguir acompanhar isto?
Como seria de prever, o número de
participantes era elevado e a quantidade de mensagens a cair nos vários canais de
comunicação era de tal modo intensa, que tornava o seu seguimento impossível.
Além disso, a questão dos diferentes fusos horários fazia com que, ao deitar
ficássemos com a sensação, embora vaga, de dever cumprido, para que logo no dia
seguinte, a sensação de pânico voltasse ao consultar a caixa de e-mail, repleta durante a noite.
Mas isto assim não podia ser, não
era possível que alguém conseguisse acompanhar este ritmo alucinante… Como
fazer para conseguir obter algum benefício desta experiência e, ao mesmo tempo,
cumprir com o que era solicitado?
Decidi fazer uma abordagem mais
sistemática e organizada ao curso: finalmente, ao fim da segunda semana, consegui
perceber que devia seguir mais atentamente as indicações e orientações de
trabalho fornecidas no site do MOOC
e, desta forma, seria, talvez, mais fácil e mais produtivo o meu esforço.
Passei então à etapa seguinte:
3ª etapa: Concentração: era preciso ser mais
organizada e seguir as indicações que eram muito precisas. Pensei que era
melhor não me preocupar em cumprir as orientações diárias mas sim as semanais,
mesmo que me atrasasse um pouco. E também não era possível acompanhar todos os posts e desisti de o fazer. Só ia ver os
que me chamassem a atenção por alguma razão expressa no título. Não tive
oportunidade de acompanhar os Hangouts
realizados nas primeiras semanas mas fiz questão de acompanhar, pelo menos um,
para ter essa experiência. Afinal, nunca o tinha feito, era mais uma
experiência. Infelizmente, não correu muito bem, pois só consegui intervir
através do chat, porque o meu micro
não parecia estar a funcionar. Na verdade, senti até algum alívio de ficar maioritariamente
na posição de observadora, pois metade das coisas que foram ditas só percebi
quando vi a gravação. Embora eu não tenha dificuldades com o inglês, é muito
diferente a comunicação presencial e, ainda por cima, os participantes eram
todos nativos de língua inglesa, o que lhes dava um à vontade que eu não tinha.
Bom, a partir daqui, e depois de
ter tomado opções e de me ter conseguido organizar, as coisas correram melhor
ao nível da execução das tarefas. Deixei de me preocupar tanto com a interação,
pois parecia não ter grande efeito e debrucei-me com afinco sobre as tarefas
relacionadas com o desenho da atividade. A construção do projeto inicial, do cenário,
da Persona e do Pedagogical Pattern foram atividades muito interessantes.
E entrei então na última etapa:
4ª etapa: Usufruir da participação no MOOC! E resolvi participar no Hangout da 4ª semana. Apesar da
limitação do uso do microfone, quis marcar presença. Foi a melhor parte! Quando
a Profª Diana Laurillard comentou o meu Pattern
foi o meu momento alto e percebi que afinal tinha feito alguma coisa razoavelmente
bem, apesar das críticas feitas que reconheço como justas.
Analisando globalmente a
participação no MOOC, só posso considerá-la
positiva! Embora muito absorvente e exigente em termos de tempo requerido, foi com
toda a certeza uma experiência enriquecedora, por toda a informação recolhida,
pelos artefactos construídos e pela experiência de participar num evento a
nível mundial.
Relativamente à dinâmica do
curso, considero que a existência de vários canais de comunicação em simultâneo
provocam alguma desorientação inicial, como testemunhei.
As orientações fornecidas para as
atividades estavam muito claras e objetivas e com todos os recursos
necessários. Talvez não estivessem muito bem definidas no que se refere ao
tempo indicado para a sua realização, pois demorei sempre muito mais tempo do
que o que estava atribuído. Mas é claro que, isso é bastante subjectivo estando
muito relacionado com cada individuo.
As etapas consideradas para a
construção do Learning Design foram
bem concebidas e eram perfeitamente acessíveis.
A intensidade do ritmo do curso é
demasiada para quem tem outras atividades e isso impede um acompanhamento mais
próximo.
Fiquei um pouco surpreendida e desiludida
com o número reduzido de participações nos hangouts.
Esperava uma maior adesão por parte dos outros participantes do curso. Num
universo de, aparentemente, à volta de mil inscritos, participarem apenas dois
ou três em cada hangout, parece-me
manifestamente pouco, mas compreendo também as limitações impostas pelos fusos
horários e pelo facto das pessoas terem que trabalhar. Não sei se deva ser uma
aposta que tenha benefícios suficientes que justifiquem ser mantida.
O maior ganho foi ter realmente
tomado contacto com as várias fases da construção de uma atividade a ser
desenvolvida online e perceber que as
nossas limitações e constrangimentos são comuns a outros educadores, como pude
constatar pelas intervenções que observei, quase exclusivamente, no grupo do Google Groups.
Considero que foi uma atividade
importante de realizar no âmbito deste mestrado, pois permitiu-nos ter a
experiência na primeira pessoa de uma modalidade de ensino emergente e que pode
vir a tornar-se comum no futuro próximo.
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