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domingo, 13 de janeiro de 2013

AUTENTICIDADE E TRANSPARÊNCIA NA REDE


A temática da autenticidade e da transparência na rede levanta várias questões que vou procurar abordar de forma sistematizada, considerando três perspetivas que considero abrangentes, mas complementares:
  • A questão ética
  • A “tentação” do plágio e sua deteção e prevenção
  • Autenticidade e transparência nas redes sociais 

A questão ética encontra-se sempre por trás das questões da autenticidade e da transparência, tanto na rede, como na vida. Se, por um lado, eticamente devemos ser autênticos e transparentes, por outro, sabemos que essa postura na rede nos pode trazer dissabores pois, não só os valores éticos não são transversais a todas as culturas, como também não são lineares numa mesma comunidade. Por outro lado, uma postura ética é sempre reconhecida pelos outros cibernautas, sendo que estes exercem também de alguma forma, um controlo sobre a informação disponibilizada conferindo-lhe credibilidade. Veja-se o caso da Wikipédia, onde qualquer pessoa pode criar uma entrada com a informação que desejar, mas que tem primeiro que passar por um “filtro” de editores que determinam a sua veracidade, sendo que esta tem tanta exposição a nível global, que facilmente pode ser controlada pelos utilizadores da rede. Isso não impede que não haja situações duvidosas e até caricatas: recentemente, a Wikipédia anunciou que retirou do “ar” uma entrada sobre uma suposta guerra entre a Índia e Portugal que teria acontecido no século XVII, que se veio a revelar totalmente falsa. Apesar disso, essa entrada da Wikipédia esteve online durante cerca de 5 anos, pois tinha sido tão bem fundamentada que os editores consideraram-na verídica, até que um conjunto de historiadores a veio desmentir.
Neste seguimento, a verificação da informação encontrada é uma questão fulcral para a sua obtenção de forma credível e fundamentada.
Por outro lado, frequentemente nos deparamos na rede com situações em que nos tornamos involuntariamente “violadores” dos direitos de autor, apenas por desconhecimento do que deve ou do que não deve ser partilhado na rede. Mas, também frequentemente, encontramos situações de plágio, mais ou menos encapotado. Para detetar essas situações, existem já diversos motores de busca que constituem uma boa ferramenta, embora não sendo infalíveis. Alguns deles estão agregados aqui:


No entanto, para combater esta “tentação”, há que promover uma mudança de mentalidades, seja através de punições, ou talvez de forma mais profícua, através da promoção de uma cultura de valores éticos e de códigos de honra que levem a uma alteração de comportamentos de forma intrínseca, resultante de uma atitude preventiva face a esta problemática.
Numa perspetiva diferente, as redes sociais são hoje uma ferramenta de utilização em larga escala, quer por utilizadores individuais como por todo o tipo de instituições. Como todos sabemos, a criação de perfis fictícios é, não só uma possibilidade, como uma realidade demasiadas vezes utilizada da pior forma.
Partindo do princípio, mais saudável, de que a maioria das identidades encontradas nas redes sociais é verdadeira, também sabemos que lá revelamos diferentes facetas de nós próprios consoante utilizamos essas mesmas redes com fins profissionais ou pessoais em contextos variados. No entanto, isto não significa verdadeiramente que não sejamos transparentes ou autênticos, pode apenas significar que fazemos na rede o mesmo que na nossa vida quotidiana, ou seja, agimos e interagimos de acordo com o contexto: não nos comportamos da mesma forma no trabalho, em família ou entre amigos. Interessante é verificar como essa pluralidade pode ser ignorada quando, por exemplo, as empresas procuram informações sobre potenciais funcionários nas redes, inferindo informação através da atividade publicamente exposta e relegando os contextos em que a mesma ocorre.
O perigo da autenticidade na rede, reside também na existência dos chamados “predadores” que procuram informações para atos ilícitos, como o roubo de identidades ou dados bancários (neste último caso, já não em redes sociais mas noutro tipo de sites, como é sabido).
Seja como for, tanto na exposição como na busca de informação, a autenticidade e a transparência devem ser fatores a ter em conta, não só para obter, como para conferir credibilidade aos nossos atos ou produtos na rede.

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